A Importância da Fisioterapia em Pacientes com Parkinson e DBS: Melhorando Sintomas Axiais
- Dra Rachel Guimaraes
- 17 de abr.
- 3 min de leitura

Abril é o Mês de Conscientização sobre a Doença de Parkinson! 🧠💜
Durante este mês, dedicamos especial atenção à divulgação de informações relevantes sobre o Parkinson, seus avanços terapêuticos e estratégias para melhorar a qualidade de vida dos pacientes. Apesar de ainda não existir uma cura para a Doença de Parkinson, é possível garantir uma boa qualidade de vida e controle dos sintomas. Atualmente existem diversas opções terapêuticas, tornando o tratamento mais completo e individualizado. Dentre as possibilidades podemos destacar: o uso de medicamentos, como a levodopa, a cirurgia de estimulação cerebral profunda (DBS), a fisioterapia neurofuncinal, a estimulação magnética transcraniana, dentre outros.
DBS: Benefícios e Limitações no Tratamento do Parkinson
A Estimulação Cerebral Profunda (DBS) é uma das intervenções cirúrgicas mais eficazes para o controle dos sintomas motores do Parkinson, como tremores, rigidez e bradicinesia (lentidão dos movimentos). No entanto, estudos e a prática clínica mostram que os sintomas axiais têm resposta limitada à DBS.
Quais são os Sintomas Axiais?
- Instabilidade postural: Dificuldade em manter o equilíbrio, aumentando o risco de quedas.
- Alterações na marcha: Passos curtos, congelamento da marcha (freezing) e redução da velocidade.
- Postura inclinada para frente: Comum em fases mais avançadas da doença.
Esses sintomas são menos responsivos à estimulação elétrica, mas podem ser significativamente melhorados com fisioterapia especializada.
Um estudo recente, "Is physical therapy recommended for people with Parkinson's disease treated with subthalamic deep brain stimulation? A Delphi consensus study" (publicado em abril de 2025), reuniu um painél de especialistas para avaliar a importância da fisioterapia nesses casos. A conclusão foi clara: a fisioterapia deve ser uma parte essencial do tratamento pós-DBS, pois ajuda a:
✅ Melhorar o equilíbrio e reduzir quedas
✅ Manter ou recuperar a marcha funcional
✅ Corrigir a postura e evitar complicações musculoesqueléticas
✅ Preservar a autonomia e a qualidade de vida
Como a Fisioterapia Atua nos Sintomas Axiais?
Programas de reabilitação neurológica específicos para Parkinson incluem:
1. Treino de Equilíbrio e Coordenação
- Exercícios em superfícies instáveis (como pranchas de equilíbrio).
- Treino de transferências (sentar/levantar, mudanças de direção).
- Técnicas de propriocepção para aumentar a consciência corporal.
2. Estratégias para Melhorar a Marcha
- Treino rítmico com pistas auditivas (método Lee Silverman – LSVT BIG).
- Exercícios para evitar o *freezing* (congelamento da marcha), como uso de pistas visuais no chão.
- Prática de passos largos e movimentos amplos para compensar a marcha arrastada.
3. Fortalecimento Muscular e Correção Postural
- Exercícios para fortalecer a musculatura do tronco e membros inferiores.
- Alongamentos para evitar contraturas e rigidez, especialmente na coluna e ombros.
- Técnicas de alinhamento postural para reduzir a inclinação anterior.
4. Exercícios Funcionais
- Simulação de atividades do dia a dia (levantar da cama, subir escadas).
- Treino de dupla tarefa (caminhar enquanto realiza outra atividade).
- Adaptações domiciliares para aumentar a segurança e independência.
Quando Iniciar a Fisioterapia após a DBS?
O ideal é que a reabilitação comece o quanto antes, mesmo antes da cirurgia, para:
- Preparar o corpo para os ajustes pós-cirúrgicos.
- Estabelecer uma rotina de exercícios que será mantida após o procedimento.
- Maximizar os ganhos motores quando a DBS for ativada.
Após a cirurgia, a fisioterapia deve ser personalizada conforme:
- A resposta individual à estimulação.
- Os sintomas residuais mais limitantes.
- O estágio da doença e condições físicas do paciente.
Depoimentos e Evidências Clínicas
Pacientes que combinam DBS + fisioterapia relatam:
- Menos quedas e maior confiança ao caminhar.
- Postura mais ereta, reduzindo dores nas costas.
- Maior independência em atividades cotidianas.
O estudo Delphi (2025) reforça que 76% dos especialistas ouvidos consideram a fisioterapia "altamente recomendável" após DBS, principalmente para sintomas axiais.
A DBS é uma ferramenta poderosa, mas não substitui a reabilitação motora. A fisioterapia é complementar e indispensável para tratar sintomas que a cirurgia não consegue resolver completamente, especialmente os distúrbios posturais e da marcha.
Se você ou alguém que você conhece tem Parkinson e utiliza DBS:
1. Consulte um fisioterapeuta neurofuncional para um plano individualizado.
2. Mantenha a rotina de exercícios mesmo após melhorias iniciais.
3.Compartilhe esta informação para ajudar outros pacientes!
🔗 Referência:
*"Is physical therapy recommended for people with Parkinson's disease treated with subthalamic deep brain stimulation? A Delphi consensus study"* (2025).
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