Atrofia de Múltiplos Sistemas: sintomas, diagnóstico e importância da fisioterapia
- Dra Rachel Guimaraes
- 12 de ago.
- 3 min de leitura

Na Atrofia de Múltiplos Sistemas, prevenir é tão importante quanto tratar
A Atrofia de Múltiplos Sistemas (AMS) é uma doença neurológica rara, degenerativa e progressiva, que afeta diversas áreas do sistema nervoso central. Ela provoca sintomas motores, autonômicos e, em alguns casos, alterações na fala e deglutição.
Muitas vezes, a AMS é confundida com a doença de Parkinson no início, pois compartilha sinais como rigidez e lentidão de movimentos. No entanto, sua evolução costuma ser mais rápida e com maior comprometimento do sistema nervoso autônomo.
Neste artigo, você vai conhecer os principais sintomas da Atrofia de Múltiplos Sistemas, entender como é feito o diagnóstico funcional e descobrir como a fisioterapia é fundamental para manter a mobilidade e prevenir quedas.
Sintomas da Atrofia de Múltiplos Sistemas
A AMS pode se apresentar em dois subtipos:
AMS-P: predomínio de sintomas parkinsonianos (rigidez, bradicinesia, tremor).
AMS-C: predomínio de sintomas cerebelares (dificuldade de equilíbrio e coordenação).
Os sintomas mais comuns da Atrofia de Múltiplos Sistemas incluem:
Rigidez muscular e lentidão dos movimentos (bradicinesia).
Alterações no equilíbrio e na postura, aumentando o risco de quedas.
Dificuldade para coordenar movimentos finos (ataxia).
Tremores discretos (menos comuns que no Parkinson).
Queda de pressão ao levantar-se (hipotensão ortostática).
Alterações urinárias e intestinais (dificuldade para urinar, constipação).
Alterações na fala (disartria) e na deglutição (disfagia).
Esses sinais tendem a se agravar com o tempo, reforçando a importância de diagnóstico precoce e tratamento multidisciplinar.
Diagnóstico da Atrofia de Múltiplos Sistemas
Não existe um exame único capaz de confirmar a AMS. O diagnóstico é realizado por um neurologista é feito a partir da combinação de:
Histórico clínico detalhado.
Avaliação física e neurológica.
Exames de imagem, como ressonância magnética, para detectar alterações características no cérebro.
Testes autonômicos para medir pressão arterial, frequência cardíaca e função vesical.
Avaliação fisioterapêutica para medir força, amplitude de movimento, equilíbrio e coordenação.
O acompanhamento contínuo é essencial para ajustar o tratamento conforme a progressão da doença.
Fisioterapia na Atrofia de Múltiplos Sistemas
A fisioterapia neurofuncional para AMS é um dos recursos mais importantes para:
Manter e melhorar a mobilidade articular.
Fortalecer músculos essenciais para postura e marcha.
Treinar estratégias de equilíbrio para reduzir o risco de quedas.
Estimular a coordenação motora e a amplitude de movimento.
Adaptar atividades diárias para garantir mais segurança.
O trabalho fisioterapêutico regular pode retardar a perda funcional e preservar a autonomia por mais tempo.
Prevenção de quedas na Atrofia de Múltiplos Sistemas
As quedas são um dos maiores riscos para quem tem AMS. Elas podem causar fraturas, internações e acelerar a perda de independência.
Dicas para prevenir quedas na AMS:
Realizar treino de marcha e equilíbrio com fisioterapeuta.
Fazer adaptações no ambiente doméstico (remover tapetes soltos, instalar barras de apoio).
Utilizar calçados adequados e antiderrapantes.
Levantar-se de forma gradual para evitar tonturas por hipotensão ortostática.
A educação do paciente e familiares é parte essencial do tratamento, garantindo que todos saibam como agir para evitar acidentes.
Perguntas frequentes sobre a Atrofia de Múltiplos Sistemas
A Atrofia de Múltiplos Sistemas é igual ao Parkinson?
Não. Apesar de alguns sintomas semelhantes, a AMS evolui mais rapidamente e afeta de forma mais intensa o sistema nervoso autônomo.
A fisioterapia pode parar a progressão da AMS?
Não, mas pode retardar a perda funcional, melhorar a força, o equilíbrio e a qualidade de vida.
Quando começar a fisioterapia na Atrofia de Múltiplos Sistemas?
O ideal é iniciar logo após o diagnóstico, mesmo que os sintomas ainda sejam leves. A prevenção é sempre mais eficaz que a reabilitação tardia.
A Atrofia de Múltiplos Sistemas é uma condição complexa que exige acompanhamento especializado e cuidados preventivos constantes. A fisioterapia neurofuncional tem papel fundamental na manutenção da mobilidade e na prevenção de quedas, oferecendo mais segurança e qualidade de vida ao paciente.
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