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Dia do Distúrbio do Movimento: entendendo os distúrbios hiper e hipocinéticos e o papel da reabilitação

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    Dra Rachel Guimaraes
  • há 2 dias
  • 3 min de leitura

Dra. Rachel Guimarães
Dra. Rachel Guimarães

O Dia do Distúrbio do Movimento é comemorado dia 29/11 e é uma oportunidade importante para ampliar a compreensão sobre condições neurológicas que afetam a forma como o corpo se move. Esses distúrbios podem surgir por alterações no sistema nervoso central — especialmente em regiões como os gânglios da base, tálamo e cerebelo, e influenciam diretamente a qualidade de vida, autonomia e funcionalidade das pessoas.

Embora cada condição tenha características específicas, costumamos classificar os distúrbios do movimento em duas grandes categorias: hipercinéticos e hipocinéticos. Entender essa diferença é essencial para reconhecer sintomas, buscar tratamento adequado e otimizar a reabilitação.


Distúrbios hipercinéticos: quando o corpo se movimenta em excesso

Nos distúrbios hipercinéticos, o problema está na presença de movimentos involuntários em excesso, repetitivos, bruscos ou descoordenados. Esses movimentos podem afetar qualquer parte do corpo e interferem em tarefas simples do dia a dia.


Exemplos de distúrbios hipercinéticos:

  • Distonias: contrações musculares involuntárias que geram posturas anormais ou movimentos repetitivos. Podem ser focais (como torcicolo), segmentares ou generalizadas.

  • Coreias (como na Doença de Huntington): movimentos rápidos, irregulares e imprevisíveis.

  • Tiques (como no Transtorno de Tourette): movimentos ou vocalizações involuntários, de início súbito.

  • Tremores: movimentação rítmica e involuntária, presente em condições como tremor essencial.

Cada um desses quadros exige uma abordagem terapêutica específica, mas todos podem se beneficiar de estratégias de reabilitação personalizadas.


Distúrbios hipocinéticos: quando o movimento é reduzido

Nos distúrbios hipocinéticos, o corpo passa a se mover menos, mais lentamente ou com maior rigidez muscular. Há uma redução na amplitude e velocidade dos movimentos, assim como dificuldade para iniciar ou manter ações motoras.


Exemplos de distúrbios hipocinéticos:

  • Doença de Parkinson: caracterizada por bradicinesia (lentidão), rigidez, tremor em repouso e alterações posturais.

  • Paralisia supranuclear progressiva (PSP): marcada por lentidão, instabilidade postural e dificuldades oculomotoras.

  • Parkinsonismo atípico: grupo de condições que também geram lentidão e rigidez, mas têm evolução e respostas terapêuticas diferentes do Parkinson clássico.

Esses quadros tendem a ter grande impacto funcional, mas respondem muito bem a programas de reabilitação voltados para mobilidade, equilíbrio e ampliação da amplitude dos movimentos.


A fisioterapia neurofuncional é uma das principais ferramentas para preservar autonomia e retardar a progressão das limitações motoras.Os benefícios incluem:

  • melhora da mobilidade e da marcha;

  • redução da rigidez e dos movimentos involuntários;

  • fortalecimento e ampliação da capacidade funcional;

  • prevenção de quedas;

  • otimização da neuroplasticidade;

  • promoção da independência nas atividades diárias.

Tratamentos específicos, como métodos intensivos (ex. LSVT BIG para Parkinson) e protocolos de neuromodulação não invasiva, também podem potencializar a neuroplasticidade e melhorar performance motora em diferentes condições.


A prática regular de exercícios físicos não é apenas complementar — ela é essencial. Tanto em quadros hipercinéticos quanto hipocinéticos, o exercício promove benefícios estruturais e funcionais no sistema nervoso.


Como o exercício ajuda?

  • reduz inflamação e melhora a saúde vascular, contribuindo para a prevenção de alguns distúrbios;

  • fortalece redes neuronais e estimula o BDNF, favorecendo a neuroplasticidade;

  • melhora equilíbrio, coordenação e força;

  • ajuda a reduzir dor e fadiga;

  • melhora sintomas motores, especialmente na Doença de Parkinson;

  • favorece a estabilidade postural e reduz risco de quedas;

  • contribui para bem-estar emocional, sono de qualidade e regulação metabólica.

Exercícios de força, treino aeróbico, dança, marcha rápida, exercícios funcionais e atividades que desafiam coordenação e equilíbrio são especialmente recomendados.


Conclusão: conhecimento, movimento e reabilitação transformam vidas

Os distúrbios do movimento fazem parte de um grupo amplo e complexo de condições neurológicas, mas hoje sabemos que o tratamento não se limita a medicação. A combinação entre reabilitação especializada, exercício regular e, quando indicado, neuromodulação não invasiva representa uma das abordagens mais eficazes para melhorar sintomas, preservar autonomia e garantir qualidade de vida.

No Dia do Distúrbio do Movimento, reforçamos a importância da informação correta, do diagnóstico precoce e de programas de reabilitação baseados em evidências — porque conhecimento e movimento têm impacto direto na forma como o cérebro e o corpo funcionam.

 
 
 

© 2022 - Dra Rachel Guimarães

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