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Quando o corpo trava: como a neuromodulação pode ajudar no congelamento da marcha no Parkinson

  • Foto do escritor: Dra Rachel Guimaraes
    Dra Rachel Guimaraes
  • 27 de out.
  • 3 min de leitura


Paciente durante treino de marcha e tratamento com ETCC com a Dra. Rachel Guimarães
Como a fisioterapia e a neuromodulação não invasiva podem ajudar no congelamento da marcha?

O congelamento da marcha no Parkinson é um dos sintomas mais desafiadores da doença, tanto para quem vive com ela quanto para os profissionais envolvidos na reabilitação. A cena é comum: o corpo quer se mover, mas os pés parecem “colados” ao chão. Por mais que o paciente tente dar o primeiro passo, algo trava.

Esse bloqueio não é falta de força muscular — é uma falha momentânea na comunicação entre o cérebro e o corpo. E é justamente nesse ponto que a neuromodulação não invasiva pode fazer a diferença.


O que é o congelamento da marcha no Parkinson?

O congelamento da marcha (ou “freezing”) é um fenômeno caracterizado pela interrupção súbita do movimento durante a caminhada. Ele pode durar segundos, mas o impacto na qualidade de vida é profundo.

Os pacientes costumam descrever essa sensação como:

“Quero andar, mas o corpo não responde.”“Parece que meus pés estão grudados no chão.”

O congelamento geralmente ocorre em situações específicas, como:

  • Ao iniciar a marcha (“primeiro passo”);

  • Ao fazer curvas ou atravessar portas estreitas;

  • Quando o paciente está ansioso ou sob pressão;

  • Em ambientes com obstáculos visuais.

Esse sintoma está ligado à disfunção nos circuitos motores do cérebro, especialmente nas regiões responsáveis pela coordenação rítmica e controle automático do movimento — áreas afetadas pelo déficit dopaminérgico típico da doença de Parkinson.


Por que o corpo “trava”?

O cérebro de uma pessoa com Parkinson tem dificuldade para gerar o comando motor contínuo que sustenta o andar. Isso ocorre porque há um desequilíbrio na atividade das vias cortico-subcorticais (como o circuito do gânglio da base e córtex motor). Quando esse equilíbrio é interrompido, o cérebro literalmente “perde o ritmo” — e o corpo para.

Mesmo que o paciente tente compensar de forma voluntária, a resposta motora continua bloqueada. É por isso que o congelamento da marcha não é apenas muscular, e sim neurológico.


Como a neuromodulação pode ajudar

A neuromodulação não invasiva, especialmente a Estimulação Magnética Transcraniana (EMT), tem se mostrado uma ferramenta promissora para restaurar a comunicação entre as áreas cerebrais envolvidas no controle da marcha.


Como funciona:

A EMT utiliza campos magnéticos seguros e indolores para estimular regiões específicas do cérebro, geralmente o córtex motor suplementar e o córtex pré-motor. Essas áreas são fundamentais para a iniciação e continuidade da marcha.


O estímulo aplicado promove:

  • Aumento da excitabilidade cortical (melhorando a capacidade do cérebro de gerar comandos motores);

  • Sincronização dos circuitos neuronais responsáveis pelo movimento;

  • Plasticidade cerebral, permitindo que o cérebro reorganize conexões e recupere funções perdidas.

Em estudos recentes, pacientes que associaram neuromodulação + fisioterapia neurofuncional apresentaram redução significativa dos episódios de congelamento e melhora na fluência da marcha.


Por que associar à reabilitação neurofuncional?

A reabilitação neurofuncional é essencial para consolidar os ganhos da neuromodulação. Enquanto a EMT “prepara o cérebro”, a fisioterapia reforça as conexões criadas durante o estímulo através de exercícios específicos.


Durante as sessões, o terapeuta utiliza estratégias como:

  • Treino de ritmicidade com pistas auditivas ou visuais;

  • Exercícios de dupla tarefa para melhorar atenção e coordenação;

  • Simulações de situações reais (portas, curvas, obstáculos) para treinar a resposta motora automática.

Essa integração acelera a melhora funcional e ajuda o paciente a recuperar confiança e autonomia ao caminhar.


Resultados que já podem ser observados

Pacientes que realizam protocolos combinados de neuromodulação e fisioterapia neurofuncional frequentemente relatam:

  • Diminuição da frequência e intensidade do congelamento;

  • Passos mais longos e fluidos;

  • Menor necessidade de apoio externo;

  • Aumento da segurança e da independência nas atividades diárias.

Esses resultados são ainda mais expressivos quando o tratamento é iniciado precocemente e conduzido por uma equipe multidisciplinar com experiência em neuroreabilitação e neuromodulação.


Quando procurar avaliação

Se o congelamento da marcha tem se tornado mais frequente, ou se o paciente já sente medo de andar sozinho, é o momento ideal para uma avaliação especializada. O protocolo de neuromodulação deve ser individualizado, levando em conta:

  • O estágio da doença;

  • O padrão dos sintomas;

  • O histórico de reabilitação anterior;

  • A resposta a medicamentos dopaminérgicos.

Cada cérebro responde de maneira única — e é justamente essa personalização que torna o tratamento mais eficiente.


O congelamento da marcha no Parkinson não precisa ser visto como algo inevitável. Com os avanços da neuromodulação não invasiva e da reabilitação neurofuncional, é possível reativar o cérebro, reduzir bloqueios e recuperar a fluidez do movimento.

A ciência já mostrou que o cérebro é plástico — ele pode reaprender, desde que estimulado da forma certa. E é exatamente isso que a Neuromodulação faz.


Quer saber se esse tratamento pode ajudar no seu caso?

Agende uma avaliação especializada em neuromodulação e reabilitação neurofuncional. Cada minuto de estímulo certo é um passo mais próximo da autonomia.

Entre em contato e descubra o protocolo ideal para o seu caso de Parkinson.

 
 
 

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