top of page
whatsapp-rachel-guimaraes.png

Parkinson não é o fim do movimento: novas estratégias de reabilitação que devolvem autonomia

  • Foto do escritor: Dra Rachel Guimaraes
    Dra Rachel Guimaraes
  • 28 de out.
  • 3 min de leitura

Dra. Rachel Guimarães
Dra. Rachel Guimarães

O diagnóstico de Doença de Parkinson não precisa significar o fim da independência ou da capacidade de se movimentar. Com os avanços da neurociência aplicada à reabilitação, novas estratégias têm transformado o tratamento — permitindo que o paciente volte a caminhar com mais segurança, melhore o equilíbrio e recupere o controle sobre o próprio corpo.

Entre essas abordagens, a fisioterapia neurofuncional e as técnicas de neuromodulação não invasiva têm ganhado destaque por oferecer resultados reais na recuperação da autonomia e qualidade de vida.


O que acontece com o movimento no Parkinson?

A Doença de Parkinson afeta principalmente os circuitos cerebrais que controlam o movimento automático. Com a diminuição da dopamina - neurotransmissor essencial para o controle motor - o cérebro perde parte da capacidade de iniciar, manter e ajustar os movimentos.

Isso leva a sintomas como:

  • Lentidão (bradicinesia);

  • Rigidez muscular;

  • Tremores em repouso;

  • Dificuldades para iniciar a marcha;

  • Episódios de congelamento do movimento (freezing).

Com o tempo, o corpo responde de forma mais lenta aos comandos cerebrais. Mas o que a ciência mostra hoje é que o cérebro pode ser reeducado, e essa é a base das novas estratégias de reabilitação.


Neuroplasticidade: a base da reabilitação moderna

A neuroplasticidade é a capacidade do cérebro de se reorganizar, criar novas conexões e recuperar funções perdidas. Essa é a chave para o tratamento moderno do Parkinson.

Com estímulos adequados e repetição guiada, é possível ativar redes cerebrais alternativas que compensam as áreas comprometidas pela doença. Ou seja: mesmo com Parkinson, o cérebro ainda pode aprender, e a reabilitação é o meio para isso acontecer.


Fisioterapia neurofuncional: muito além dos exercícios tradicionais

A fisioterapia neurofuncional vai além do fortalecimento ou alongamento muscular. Seu foco é treinar o cérebro e o corpo juntos, estimulando a reorganização das vias neuromotoras.

Durante o tratamento, o fisioterapeuta utiliza estratégias específicas para o Parkinson, como:

  • Treinos de marcha com pistas auditivas e visuais (para resgatar o ritmo e fluência);

  • Exercícios de dupla tarefa, que associam movimento e atenção;

  • Treinos de equilíbrio dinâmico para reduzir o risco de quedas;

  • Exercícios de amplitude e coordenação motora fina;

  • Simulações funcionais (sentar, levantar, virar, caminhar em ambientes reais).

Esses treinos são planejados com base em evidências científicas e ajustados de forma contínua conforme a resposta do paciente.


Neuromodulação não invasiva: potencializando os resultados

A neuromodulação não invasiva, como a Estimulação Magnética Transcraniana (EMT), tem se mostrado um recurso eficaz para potencializar a resposta cerebral à fisioterapia.

Durante a sessão, estímulos magnéticos direcionados atingem áreas específicas do cérebro relacionadas ao movimento, como o córtex motor e o córtex pré-motor. Esse processo ajuda a:


  • Aumentar a excitabilidade cortical (melhorando a comunicação entre cérebro e músculos);

  • Regular os circuitos motores afetados pelo Parkinson;

  • Reduzir sintomas como rigidez e congelamento da marcha;

  • Ampliar os efeitos da reabilitação funcional.

A combinação entre neuromodulação e fisioterapia neurofuncional tem mostrado resultados superiores aos de terapias isoladas — acelerando ganhos motores e funcionais.


Resultados clínicos observados

Pacientes submetidos a protocolos integrados relatam:

  • Marcha mais fluida e estável;

  • Menor dependência para atividades diárias;

  • Diminuição dos episódios de travamento;

  • Melhora no equilíbrio e na autoconfiança;

  • Aumento da energia e disposição física.

Esses resultados reforçam que o Parkinson não é o fim do movimento, e sim um desafio que pode ser enfrentado com ciência, personalização e constância.


A importância da avaliação especializada

Cada paciente com Parkinson apresenta um padrão diferente de sintomas e evolução da doença.Por isso, o plano de reabilitação deve ser individualizado, levando em conta:

  • Grau de comprometimento motor;

  • Resposta aos medicamentos dopaminérgicos;

  • Presença de sintomas não motores (como fadiga e ansiedade);

  • Histórico de quedas e limitações nas atividades diárias.

Uma avaliação detalhada permite traçar o protocolo ideal — combinando neuromodulação, fisioterapia e treino funcional para cada caso.


O movimento pode ser reativado

O Parkinson altera o movimento, mas não apaga a capacidade do cérebro de se adaptar. Com a abordagem certa, é possível reativar circuitos cerebrais, recuperar padrões motores e devolver autonomia.

A reabilitação moderna baseia-se na ideia de que o cérebro pode reaprender e que o corpo responde quando é estimulado de forma precisa e consistente.

O resultado é visível: menos travamentos, mais fluência, mais independência e mais qualidade de vida.


Se você ou alguém próximo tem Parkinson e percebeu piora na marcha, rigidez ou travamentos frequentes, não espere o movimento parar completamente. Agende uma avaliação especializada em fisioterapia neurofuncional e descubra como as novas estratégias de reabilitação e neuromodulação podem ajudar a recuperar o controle do corpo e do movimento.


Comentários


© 2022 - Dra Rachel Guimarães

Avenida José Bonifácio Coutinho Nogueira, 214, sala 412 Vila Madalena. Campinas - SP

  • Instagram
  • Facebook
  • LinkedIn
bottom of page