top of page
whatsapp-rachel-guimaraes.png

Quedas: por que acontecem e como a fisioterapia pode reduzir riscos e proteger a autonomia

  • Foto do escritor: Dra Rachel Guimaraes
    Dra Rachel Guimaraes
  • há 6 horas
  • 3 min de leitura

Idoso caindo no banheiro
Idoso caindo no banheiro

As quedas são um dos maiores desafios na prática clínica com idosos e pacientes neurológicos, especialmente em condições como Doença de Parkinson, distúrbios do movimento, neuropatias e envelhecimento associado a fragilidade. Elas são responsáveis por aumento significativo da morbidade, mortalidade, dependência funcional e declínio na qualidade de vida.

Porém, isso não significa que não podem ser prevenidas. A fisioterapia é uma ferramenta fundamental nessa prevenção, através do treino de marcha, equilíbrio, estratégias motoras e também por intervenções cognitivas e sociais.


Por que é perigoso cair?

As complicações de uma queda vão muito além de uma fratura. Entre os impactos mais frequentes estão:

  • fraturas de quadril e de punho;

  • perda de mobilidade e independência;

  • medo de cair novamente (síndrome pós-queda);

  • redução drástica no nível de atividade física;

  • maior risco de hospitalizações;

  • aumento da morbidade e da mortalidade em idosos.

Para pacientes com doenças neurológicas, esses efeitos são ainda maiores, porque a queda acelera o declínio funcional e compromete diretamente a autonomia.


Por que as quedas acontecem?

As quedas são multifatoriais. Em pacientes idosos ou com condições neurológicas, as principais causas incluem:

  • alterações da marcha e do equilíbrio;

  • fraqueza muscular;

  • lentidão motora (bradicinesia);

  • instabilidade postural;

  • déficit de estratégias automáticas de proteção;

  • alterações cognitivas (atenção dividida, velocidade de processamento);

  • ambiente pouco seguro;

  • falta de prática regular de exercícios.

Por isso, a prevenção não pode ser feita com uma intervenção isolada, ela precisa ser multidimensional e orientada por um fisioterapeuta especializado.


Treino de marcha: o ponto central da prevenção

O treino de marcha é um dos pilares da prevenção de quedas. Não basta andar mais: é necessário treinar como andar, com foco em:

  • velocidade de marcha;

  • amplitude do passo;

  • simetria entre os lados;

  • coordenação entre membros superiores e inferiores;

  • resposta a estímulos externos;

  • retomada e parada da marcha de forma segura.

Pacientes com Parkinson, distonias, neuropatias e síndromes de fraqueza crônica se beneficiam de treinos repetitivos, intensivos e baseados em objetivos reais do dia a dia.


Treino de estratégias de proteção: saber cair também é prevenção

Quando o paciente aprende a:

  • virar com segurança,

  • levantar do chão,

  • recuperar o equilíbrio após um tropeço,

  • usar corretamente os membros superiores para proteção…

…o risco de lesões graves diminui consideravelmente.

A fisioterapia neurofuncional ensina essas estratégias de forma prática e personalizada.


Treino cognitivo e atenção dividida: o cérebro também previne quedas

Muitas quedas acontecem porque o paciente anda sem prestar atenção, precisa conversar enquanto se desloca ou é exposto a duplas tarefas. Por isso, a reabilitação neurofuncional eficaz inclui:

  • exercícios de atenção dividida;

  • treino de tomada de decisão;

  • estímulos simultâneos sensório-motores;

  • desafios cognitivos integrados à marcha.

Isso é especialmente importante no Parkinson e em pacientes com queixa de lentidão ou dificuldade para reagir ao ambiente.


Interação social: movimento e vínculo reduzem riscos

A participação em grupos de exercício, encontros sociais e atividades coletivas aumenta:

  • motivação;

  • frequência de prática;

  • engajamento;

  • saúde emocional.

Pacientes que se isolam tendem a se mover menos, enfraquecer mais rápido e cair mais.

A intervenção social, portanto, é também uma ferramenta de prevenção.


Por que a fisioterapia é fundamental nesses casos?

A fisioterapia neurofuncional atua diretamente nos mecanismos que levam às quedas e trabalha na recuperação das habilidades motoras necessárias para evitá-las.O fisioterapeuta especializado avalia:

  • padrão de marcha,

  • equilíbrio estático e dinâmico,

  • força muscular,

  • cognição funcional,

  • histórico de quedas,

  • rotina diária,

  • fatores ambientais.

A partir disso, desenvolve um programa individualizado de prevenção e reabilitação, com estratégias específicas para cada condição neurológica.


Quedas não são “parte da idade” — são tratáveis e preveníveis

Quedas devem ser levadas a sério porque trazem risco real, comprometem autonomia e impactam profundamente a vida do paciente e da família. Mas com treino adequado (físico, motor, cognitivo e social) é possível reduzir os riscos, melhorar a segurança e preservar a independência.

A fisioterapia especializada é uma das ferramentas mais eficazes para isso.


Comentários


© 2022 - Dra Rachel Guimarães

Avenida José Bonifácio Coutinho Nogueira, 214, sala 412 Vila Madalena. Campinas - SP

  • Instagram
  • Facebook
  • LinkedIn
bottom of page